A defesa do meio ambiente por parte das autoridades de Blumenau está restrita aos discursos. Na prática, as ações vão na contramão dos esforços de diferentes setores da sociedade para manter e preservar o que ainda resta da nossa exuberante natureza. O descompasso governamental talvez não seja por má vontade ou intenção, mas sim porque falta uma política ambiental consequente, que dê um norte à administração e ponha fim aos absurdos cometidos quase que diariamente na cidade.
A política da Faema está enterrando uma das organizações mais antigas de defesa do meio ambiente em Blumenau e no Brasil. Os exemplos de descasos contra a natureza estão por toda a parte, basta um mínimo de atenção para enxergá-los. Percebe-se claramente a falta de compromissos com as calhas de rios, como do Testo, Garcia, Fortaleza, Velha, Itoupavas e Vila Itoupava, que estão tendo as margens aterradas. Outros estão tão assoreados que não parecem mais rios, e sim armadilhas.
Cometem-se atos ilícitos ambientais, dando a aparência de normalidade com a alegação de que tudo o que está sendo feito pela prefeitura teve o aval da Faema. A maioria das enchentes e alagamentos em diversas regiões de Blumenau é decorrente da falta de comprometimento do governo com o meio ambiente. Fala-se muito em preservação, mas pouco se faz.
Os nossos símbolos de luta em favor da natureza estão abandonados, como o Museu Fritz Müller, o Parque Foz do Ribeirão Garcia e o Parque São Francisco. O mesmo tratamento está sendo dado ao Parque Municipal das Nascentes e ao Parque Nacional da Serra do Itajaí. Outra violência ambiental cometida em Blumenau pode ser constatada no terreno ao fundo do Jeep Clube, no Bairro Fortaleza, com a supressão de extensa e exuberante mata.
Estes são alguns dos exemplos da falta de compromisso da atual administração para com o meio ambiente. Existem muitos outros. Ainda é tempo, basta vontade política e comprometimento. Na prática.
Vanderlei Paulo de Oliveira